À medida que a noite vai caindo um a um eles vão chegando.
São homens comuns. Pessoas que na maioria das vezes passam despercebidos no meio da multidão.
Vários deles, aparentando ter mais idade do que realmente tem.
Isto por causa de um corpo castigado pelo tempo, e um rosto marcado por noites e mais noites, cuidando dos locais que pertencem ao povo, ou patrulhando as ruas da nossa cidade.
Todos têm alguma história triste para contar.
Depois de uniformizados e armados, eles começam mais uma noite de trabalho.
Perguntar quantas noites foram passadas como esta, é perda tempo, a muito já perderam a conta.
Eles conhecem a cidade como ninguém conhece. Mas é como se estivessem em outro lugar, outra cidade.
Os pontos de referência não são somente compostos de ruas ou praças. São todos os lugares onde exista algum tipo de perigo.
Ruas mal iluminadas, becos escuros, favelas, locais onde às vezes aparecem corpos de infelizes que foram assassinados e depois ali jogados, como se nada fossem.
Apesar de tudo, eles estão lá. Velando sempre, pelo sono daqueles que muitas vezes os criticam. Chegando a dizer que não são necessários.
Desperdício de dinheiro é o que dizem...
Até o dia que o perigo ronda a porta.
Um barulho. Um vulto. O coração batendo forte.
Desesperado alguém liga, e lá estão eles. Tão rápido como se não existissem. Como se fossem fantasmas. Algo que somente é possível para aqueles que conhecem a cidade como somente eles conhecem.
Mesmo no meio do caos, gentilmente se aproximam, e atendem aos que clamam por sua presença como se fossem irmãos seus.
E após amparar aos que precisam, após cumprir sua obrigação, eles seguem. Como anjos, anjos de azul, ou melhor, anjos da noite.
Osvaldo Zuim Junior
Guarda Municipal de Jundiaí
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